EUR/CHF: raro e peculiar
O EURCHF é um par cruzado que, embora raro, é muito interessante tanto do ponto de vista técnico quanto do fundamental. Vamos dar uma olhada estratégica nesse par e ver o que podemos esperar no futuro próximo.
Podemos separar em três fases o desempenho do EUR/CHF nos últimos tempos.
Histórico: três fases
A primeira fase (marcada pelo número 1) é aquela durante a qual o franco suíço estava atrelado ao euro. O preço permaneceu plano em 1,2050 na maior parte do tempo. O fim dessa fase é marcada por um tombo jamais visto, ocorrido quando as autoridades financeiras da Suíça decidiram desatrelar o franco do euro.
A segunda fase (marcada pelo número 2) corresponde aproximadamente ao período 2015–2018, ao longo do qual o EUR/CHF manteve-se majoritariamente em alta. O pico foi exatamente em 1,2050; após o qual o par virou para baixo.
A terceira fase começa na virada a partir da resistência estratégica em 1,2050 e continua até hoje. O EUR/CHF basicamente desfez todos os ganhos conquistados durante a segunda fase. Ele agora se encontra aproximadamente no mesmo lugar em que estava logo após o tombo levado por ter sido desatrelado do euro.
Cenário fundamental: suporte a qualquer preço
Será que ele vai para abaixo do suporte de 1,0520? É improvável, pois a economia da Suíça depende das compras dos europeus. Um CHF caro desestimula os europeus de comprarem o que os suíços têm a oferecer. Por tal motivo, o Banco Nacional Suíço atualmente se preocupa bastante com o CHF e vem trabalhando para que ele não valorize demais. “Demais” significa o EUR/CHF cair além de 1,0520; ou seja, podemos entender que esse suporte estratégico é bem firme. Logo, a médio prazo, o EUR/CHF deve se aproximar e até ir ligeiramente abaixo dessa marca, mas, a longo prazo, a possibilidade do franco descer muito além desse nível não é muito grande. Portanto, convém esperar uma virada estratégica para cima — algo que já pode ter começado. No fim das contas, a faixa 1,0520–1,2000 pode muito bem ser uma zona de movimento lateral que perdura há vários anos, dentro da qual o BNS está tentando manter o CHF.