Era pós-Johnson no Reino Unido é muito importante para a GBP
“Quero que vocês saibam como estou triste por largar o melhor emprego do mundo.” Assim disse Boris Johnson, diante de fotógrafos e colegas, antes de anunciar sua entrega da cadeira de primeiro-ministro do Reino Unido, ocupada por ele durante três anos após a saída de Theresa May, em 2019, em meio às contradições do Brexit. Mudanças dessa proporção não são comuns na Europa, então convém analisar a situação.
Por que Boris Johnson vai entregar o cargo?
Tudo começou com um voto de desconfiança no início de junho. O Partido Conservador (Tory) do Reino Unido criticou a competência de Johnson para o cargo de liderança, abrindo a maior crise da história mais recente da Grã-Bretanha. Johnson também se envolveu em festas em plena pandemia de covid-19, algo inaceitável para um primeiro-ministro.
Se os Tories tivessem conseguido a aprovação desse voto, Johnson teria saído bem antes. Veja como funciona o processo:
Fonte: BBC
Johnson teve o apoio de 211 dos 359 conservadores da Casa dos Comuns (câmara baixa do parlamento britânico), ou seja, o apoio de 59% dos parlamentares de seu partido.
Mas a história não acabou aí. Johnson se envolveu em outro escândalo ao ter nomeado Chris Pincher vice-líder do governo no parlamento. Pincher já tinha sido acusado de assédio sexual e Johnson sabia disso.
A nomeação de Pincher provocou 24 horas de turbulência política. Mais de 40 integrantes do alto escalão do governo renunciaram antes de Johnson enfim decidir entregar o cargo de primeiro-ministro. O público apoiou a decisão: o Twitter registrou várias comemorações, com vistas à escolha do próximo primeiro-ministro, no outono britânico.
Johnson e os Tories: um resumo
Boris Johnson é há três anos primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador. Os Tories são o partido da maioria no Reino Unido, sendo os Liberal-democratas seus principais adversários. Geralmente, as eleições no Reino Unido devem acontecer em intervalos de no máximo cinco anos. A menos que seja antecipada, a próxima eleição está marcada para janeiro de 2025.
O próprio Johnson poderia ter convocado uma eleição antecipada, se quisesse (isso é permitido por lei), mas acabou optando pela renúncia. Quando o Partido Conservador escolher um novo líder, este poderá convocar uma eleição antecipada se quiser.
Libra sobe com as notícias
A libra esterlina registrava alta no momento em que este texto foi escrito, mas é difícil dizer o quanto dessa alta está ligado ao cenário político nacional ou ao amplamente favorável mercado global.
O par fez uma divergência dupla no RSI. Também estamos próximos da linha de tendência de suporte. Nossa projeção para a moeda britânica é altista: a libra pode subir à resistência a 1,2324 e pode ir além caso o próximo primeiro-ministro seja alguém bem-visto pelo mercado.
Gráfico diário do GBPUSD
Resistência: 1,2324; 1,2700; 1,3000
Suporte: 1,1900; 1,1740
Quer acompanhar a GBP ao vivo? Inscreva-se no canal @FBSAnalytics no Telegram. Lá eu publico outras ideias de negociação!