A preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Médio Oriente poderá impulsionar os preços do petróleo neste início de semana
O real desabou: o que está acontecendo?
2019-11-11 • Atualizado
O USD/BRL subiu ao maior nível desde março de 2016. O sell-off do real tem sido bem intenso nos últimos 3 meses.
O banco central brasileiro continua tentando segurar a queda do real vendendo swaps de USD. O órgão anunciou que vendeu 40.000 contratos por um valor nominal de $2 bilhões. No entanto, até agora, suas intervenções não obtiveram sucesso.
Quem é o culpado pela queda do real? O primeiro motivo é a força geral do dólar dos EUA frente às moedas dos mercados emergentes. O aumento da volatilidade e a aversão a riscos dos traders de câmbio também entram na conta.
Outro fator negativo para o real é a crescente incerteza política no Brasil. Os caminhoneiros do país recentemente fizeram uma greve nacional em razão dos preços dos combustíveis que durou mais de uma semana. Os caminhoneiros grevistas bloquearam estradas, então o presidente Michel Temer ordenou que o Exército e a Polícia Rodoviária Federal desbloqueassem as rodovias. As autoridades brasileiras também tiveram que cortar o preço do diesel para acalmar os manifestantes. Ainda assim, ficou claro que caiu a confiança no governo atual. Os investidores estão preocupados pois é provável que o candidato que ganhar as eleições presidenciais em outubro não realizará as dolorosas — porém necessárias — reformas fiscais.
Somando a isso o conturbado crescimento econômico do Brasil, você entenderá que as perspectivas do real a médio e longo prazo são negativas.
Os bancos centrais da Argentina, Turquia e Indonésia recentemente aumentaram as taxas de juros para combater a queda livre de suas moedas nacionais. O banco central do Brasil manteve as taxas inalteradas pela primeira vez em 19 meses, em maio. O órgão não aumentou as taxas pois manifestou preocupações sobre os riscos econômicos globais e como eles podem afetar a economia brasileira.
Fazendo uma previsão, podemos ver que o real seguirá sob pressão. Dados os problemas econômicos e políticos, o real não conseguirá mostrar força sustentável antes das eleições. Dessa forma, somente correções a curto prazo serão possíveis.
Para o USD/BRL, os níveis importantes se encontram na marca psicológica de R$4,00 e a máxima registrada de R$4,25. Ainda há espaço para o par chegar a esses níveis. O suporte está a R$3,80 e R$3,77.
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