
A preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Médio Oriente poderá impulsionar os preços do petróleo neste início de semana
2022-08-30 • Atualizado
O Brexit foi um dos principais assuntos na mídia durante todo o ano de 2020. Reino Unido e União Europeia enfim chegaram a um acordo, bem na última semana de dezembro. Já se passaram algumas semanas, mas ouvimos falar muito pouca coisa sobre o Brexit desde então. Suas consequências, porém, vão começar a aparecer em breve. Quais seriam?
Boris Johnson afirmou que a conclusão do Brexit é uma grande vitória para o Reino Unido. E o fato de o Brexit ter sido feito com acordo — contrariando a outrora possível conclusão sem acordo — engrandece essa vitória ainda mais. Podemos entender o porquê se levarmos em conta o comportamento humano. Johnson e seus apoiadores há muito tempo buscam a separação da UE. Agora, eles conseguiram o que queriam. Para eles, trata-se de uma vitória conquistada com muito suor. O grupo considera o retorno da total soberania da Grã-Bretanha como o principal resultado do Brexit: os britânicos não têm mais a obrigação de observar qualquer legislação superior, tal como aquela imposta pela UE. O Reino Unido é novamente um Estado completamente soberano e independente. Nesse contexto, até mesmo um Brexit sem acordo seria um sucesso, ainda que a um custo mais alto. Dessa forma, por terem conseguido chegar a um acordo com a UE, os britânicos ficam em uma posição mais favorável. Johnson resume o acordo desta forma: o Reino Unido pode desfrutar do livre comércio com a UE praticamente do mesmo jeito que antes, mas gozando de todas as vantagens de ser independente. De acordo com o primeiro-ministro, trata-se de um “acordo à moda canadense”. Em outras palavras, uma vitória. Essa é a impressão que se tem após ouvir o discurso feito por Boris Johnson em 24 de dezembro, em Bruxelas.
A maioria dos analistas concorda que o Reino Unido tem mais a perder do que ganhar ao sair da União Europeia. Portanto, as vantagens do acordo não parecem compensar as perdas oriundas da separação estratégica dos britânicos. Sim, a questão da pesca — citada de forma bem específica por Johnson em seu discurso — trará vantagens: a participação do Reino Unido aumentará a partir de 2/3 ao longo de alguns anos e, então, será ilimitada. Justo: um Estado soberano pode pescar o quanto quiser em suas próprias águas. Todavia, a pesca responde por menos de 1% da economia britânica. Além disso, esse 1% vem em sua maioria da venda dessa pesca nos mercados europeus, que serão mais seletivos a partir de agora. Isso representa muito bem o conjunto geral dos desdobramentos do Brexit para o Reino Unido, já que este agora passa a observar as regras para parceiros externos da UE. Enquanto isso, muitas empresas — especialmente as do setor financeiro — já decidiram se mudar para a França ou para outros países europeus, pois não possuem autorização legal para permanecer no Reino Unido. Do ponto de vista estratégico, a burocracia vai ser maior. Consequentemente, tarifas e demais barreiras vão ser maiores para toda empresa britânica que quiser fazer negócios com os europeus. A entrada de investimentos internacionais em terras britânicas também vai ficar mais difícil. Resumidamente, estima-se que o resultado do Brexit é o seguinte: o Reino Unido agora tem liberdade para fazer o que quiser, mas essa liberdade vem ao custo de investidores externos menos interessados e atividade econômica e empresarial reduzida. Em geral, um pouco menos de tudo. Quanto menos? É isso que vamos ver.
O nível 0,90 foi a linha de base para o EUR/GBP no ano passado. Agora, com o fim das tensões do Brexit e o enfraquecimento do fator emocional no comportamento do par, é provável que este se atenha mais aos aspectos fundamentais. A médio prazo, a questão vai ser qual economia ficará mais fraca diante das consequências da pandemia: a britânica ou a europeia. A longo prazo, quando o vírus já tiver ido embora (mais ou menos, eventualmente), a questão vai ser qual economia apresentará mais robustez e atratividade aos olhos dos investidores. Neste último quesito, a economia europeia parece ser uma candidata mais viável. Logo, a médio prazo, o EUR/GBP possivelmente flutuará em torno de 0,90 e pode encostar na faixa de 0,87. A longo prazo, porém, o nível 0,93 pode ser uma meta bem factível para os touros.
A preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Médio Oriente poderá impulsionar os preços do petróleo neste início de semana
O cumprimento dos cortes de produção da OPEP+ aumentou, com as exportações a caírem cerca de 900.000 barris em fevereiro, o nível mais baixo desde agosto/23
A produção de petróleo dos EUA estabeleceu um recorde de 13,3 milhões de barris por dia em dezembro, antes de recuar para 12,6 milhões de bpd em janeiro devido às tempestades de inverno
Depois da queda no mês de março em cerca de 26 mil vagas de emprego, a expectativa do mercado é de nova queda para 8,790M para o mês de fevereiro do mesmo ano
Nesta segunda-feira, primeiro dia do mês de abril, os EUA liberam os números dos PMIs da S&P Global e do ISM para a indústria
Todas as atenções estarão nos preços básicos do PCE (núcleo) dos EUA, que excluem alimentos e energia para o mês de março, com a expectativa de que os números venham abaixo do mês anterior, que registraram um aumento de 0,4%
A FBS mantém registros de seus dados para operar este site. Ao pressionar o botão “Aceitar“, você concorda com nossa Política de Privacidade.
Seu pedido foi aceito
Um gerente ligará para você em breve.
O próximo pedido de chamada para este número de telefone
estará disponível em
Se você tiver um problema urgente, por favor, fale conosco pelo
Chat ao vivo
Erro interno. Por favor, tente novamente mais tarde
Não perca seu tempo. Acompanhe o impacto das NFP no dólar dos EUA e ganhe dinheiro!