A preocupação com a oferta global mais restrita provocada pela escalada do conflito no Médio Oriente poderá impulsionar os preços do petróleo neste início de semana
Petróleo pode chegar a US$ 100: o que isso significa para o mercado e a inflação?
2022-12-15 • Atualizado
Mais e mais analistas afirmam ter certeza de que o petróleo Brent vai superar os US$ 100 o barril. Alguns projetam a chegada aos US$ 125 e US$ 150 em questão de meses. Como o petróleo é uma das commodities mais negociadas (se não a mais negociada) do mundo, é inevitável seu impacto na inflação e no mercado financeiro. Pelo menos é isso o que as pessoas acham. Como será o impacto do petróleo no mercado e para onde aponta o movimento? Vamos descobrir!
Correlação petróleo-bolsa
Aumentos nos preços do petróleo costumam rebaixar as projeções do crescimento econômico e aumentar as expectativas da inflação a curto prazo. Perspectivas de crescimento econômico mais contido, por sua vez, rebaixam as projeções de faturamento das empresas, esfriando as cotações na bolsa. Mas isso é teoria. Vamos ao medidor de correlação para saber a verdade.
Aqui você pode ver o índice S&P500 (US500), em laranja, comparado ao XBR/USD (petróleo Brent, britânico), em azul. Observe também o medidor de correlação na parte baixa da tela. É um recurso de medição da correlação entre instrumentos e ativos. Fica evidente que, desde a crise em março de 2020, US500 e XBR/USD vêm apresentando correlação positiva. É o oposto do que o mercado espera dos movimentos do petróleo e da bolsa, mostrando que alta do petróleo nem sempre provoca queda da bolsa.
A verdade sobre o petróleo
Buscamos na web e descobrimos que os pesquisadores do Federal Reserve de Cleveland observaram os movimentos do petróleo e do mercado de ações. Eles concluíram que existe pouca correlação entre petróleo e ações.
O melhor é fazer uma distinção entre correlação e causa-efeito. O petróleo realmente impacta a economia americana, mas esse impacto é uma via de mão dupla. Por um lado, a alta do petróleo gera mais empregos no setor petrolífero e aumenta os investimentos em depósitos de petróleo de xisto. Por outro lado, a alta do petróleo também atinge empresas e consumidores por conta da alta dos custos de transporte e produção. Para sermos mais específicos, podemos supor que variações nos preços do petróleo fazem o dinheiro ser transferido de empresas consumidoras de energia para a produção de petróleo, e vice-versa. O petróleo não comanda a trajetória dos preços das ações porque outros fatores econômicos, como salários, juros, metais industriais, plásticos e tecnologia computacional, podem compensar variações nos custos de energia.
Em outras palavras, a economia é complexa demais para esperar que uma só commodity dite os rumos de todas as atividades de forma previsível.
E agora, o que esperar?
Tecnicamente, o petróleo se encontra em fase de consolidação. Um rompimento em US$ 93,00 vai acionar o cenário altista. Contudo, considerando a correlação negativa com o US500 observada atualmente, o índice pode cair ainda mais. No curto prazo, o petróleo pode subir à resistência em US$ 91,00 por barril.
Gráfico H4 de XBR/USD
Resistência: 91,00; 93,00; 95,00.
Suporte: 88,00; 86,00; 81,00.
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