A estimativa para os números finais é que o PIB do quarto trimestre se mantenha na casa dos 3,2%, mostrando uma economia aquecida
Próxima alta dos juros do Fed: o que esperar?
2022-08-04 • Atualizado
O banco central dos EUA vai subir a taxa de juros em sua próxima reunião, na quarta-feira, 27 de julho. A ocasião vai mostrar se o Federal Reserve prefere um aumento de 0,75% ou de 1,00%. Vários fatores influenciam a decisão do Fed. Teoricamente, o objetivo da instituição com os aumentos de juros é domar a inflação sem provocar uma recessão.
Fatores que afetam a decisão do Fed
Para decidir o aumento certo da taxa, os integrantes do FOMC (comitê do Fed) vão avaliar os principais termômetros da inflação, como a inflação ao consumidor (índice CPI), e os indicadores de crescimento econômico, como os números do mercado de trabalho, para ter uma ideia melhor de como anda a economia.
1. Inflação
O índice CPI mede a inflação dos produtos e serviços do cotidiano. A variação neste indicador mostra como foi a alta/queda dos preços no mês anterior. A inflação nos EUA continua surpreendendo o mundo. O último resultado ficou acima do esperado e atingiu 9,1% em junho (o maior patamar em 40 anos), em comparação com os 8,6% registrados em maio.
A inflação vai continuar aquecida e deve permanecer em patamares elevados nos próximos meses. Isso pode levar o Fed a continuar aumentando os juros, mas não a um ritmo mais agressivo que o atual. Alguns sinais interessantes indicam que a inflação pode começar a ceder um pouco, e que nós estamos à beira de uma mudança na trajetória dos preços.
Os motivos são a queda nos preços da energia e do petróleo. O crescimento dos salários desceu do alto patamar observado no começo do ano, pois as empresas agora estão interrompendo/desacelerando as contratações para fazer frente à alta dos preços. Com a queda nos preços das commodities, sobretudo alimentos e metais básicos, a alta dos preços pode experimentar uma leve esfriada.
O preço da gasolina não deve continuar sua queda, dada a possibilidade de o petróleo subir outra vez. Contudo, uma queda mais ampla nas commodities deve ajudar a reduzir as pressões do núcleo da inflação.
2. Mercado de trabalho forte e estável
Os bons números do desemprego nos EUA podem servir ao Federal Reserve como argumento para aumentar os juros mais ainda. As folhas não agrícolas registraram aumento de 372 mil em junho, mas a taxa de desemprego permaneceu nos 3,6%; desafiando o temor da recessão. O relatório de junho do mercado de trabalho indica que a economia dos EUA não está nem superaquecida, nem à beira de uma recessão.
Contudo, apesar da força do mercado de trabalho americano, o Fed não vai arriscar acelerar a alta dos juros, com medo de que um exagero no combate à inflação cause uma recessão e uma forte alta no desemprego. O aumento dos juros pode desacelerar a economia e deve aumentar o desemprego com o tempo.
Quando será que o Fed vai subir os juros? E de quanto será o aumento?
As apostas em um aumento de 1,00% ganharam força após a inflação nos Estados Unidos atingir 9,1%. Os juros mais altos devem esfriar a disparada dos preços, mas a preocupação com o impacto da alta dos juros na economia americana pode limitar esse aumento a 0,75%.
No geral, o mercado está preparado para uma alta de 0,75%. Se o Fed falar em aumentos mais brandos no futuro, o USD pode cair contra outras moedas principais. Já o US500 vai ganhar fôlego em tal situação.
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