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Por que o mercado americano se reergueu?
2022-02-28 • Atualizado
Mercados em crise e volatilidade diante de acontecimentos geopolíticos não são novidade alguma. A reação inicial e imediata a esses acontecimentos geralmente é a mais dramática, mas a boa notícia é que o impacto é passageiro e dura apenas três meses na maioria dos casos. Ainda que o agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia possa ser devastador, a verdade é que a bolsa é capaz de lidar com questões de natureza geopolítca. Estamos diante da primeira correção significativa no mercado após o bom desempenho observado em 2021: acontecimentos assim oferecem boas oportunidades de compra para investidores de longo prazo.
Muitos analistas defendem que estamos no meio de uma tendência altista estrutural que deve continuar nos próximos anos, e que as correções farão parte dessa trajetória. A história mostra que, passados 12 meses após acontecimentos como a atual crise, o mercado sobe. Desde a Segunda Guerra Mundial, o desempenho do mercado após grandes acontecimentos geopolíticos ou históricos tem sido bem mais forte que antes. Na maior parte do tempo o mercado fecha o ano no verde.
Contudo, isso não quer dizer que Wall Street não vai sentir o impacto da turbulência e da volatilidade violenta no curto prazo.
Por que a bolsa americana virou para cima depois do conflito entre Rússia e Ucrânia?
Após o pregão de quinta-feira e seu grande tombo, Wall Street se reergueu de forma impressionante. As ações americanas desfizeram as perdas e fecharam no verde. Os principais índices registraram no pregão de sexta-feira uma incrível volta por cima das quedas observadas no dia anterior. O Dow Jones desfez mais de 800 pontos em perdas iniciais: O Dow Jones Industrial Average deu um salto de 815 pontos (ou 2,5%) e teve seu melhor dia desde o fim de 2020, depois do tombo de 859 pontos na quinta-feira. O S&P 500 também subiu 1,9% depois de cair mais de 2,6%. O Nasdaq Composite Index, por sua vez, teve alta de 1,1%.
Veja os motivos da resiliência e da flexibilidade das ações americanas:
- O mercado estava de certa forma pronto para o ataque russo à Ucrânia, graças ao amplo destaque dado na imprensa à possibilidade desse conflito. Foram alertas dados diariamente com semanas de antecedência.
- O conflito já não era surpresa quando começou — foi a incerteza quanto aos desdobramentos que levou ao forte sell-off.
- Os investidores começaram a dispensar as notícias do conflito Rússia-Ucrânia quando tiveram certeza de que a questão não ia se transformar em guerra total e que EUA e Europa iriam se limitar à aplicação de sanções. Quando o desconhecido virou conhecido, os investidores começaram a buscar as melhores oportunidades de compra.
- Há expectativas quanto às potenciais negociações entre as partes.
No fim das contas, o mercado global vai seguir instável nas próximas semanas. Embora possamos observar alguma volatilidade a curto prazo, essas incertezas serão ótimas oportunidades de investimento desde que não venham acompanhadas de uma recessão. Portanto, os traders podem tentar tirar proveito dessas correções e oscilações.
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