Como operar com máximas e mínimas históricas?
Introdução
Ao definir níveis de suporte e resistência, normalmente procuramos por máximas ou mínimas anteriores para fazer isso. Exemplo: no gráfico H4 abaixo, o GBP/USD tem girado em torno de 1,33 há certo tempo, então é razoável interpretar esse nível como suporte tático. Bem prático, não é mesmo? Basicamente, você opera olhando para o desempenho prévio do ativo.
E se...
Mas e se o par de moedas chegar em uma área na qual nunca esteve antes, ou seja, em território inexplorado? Foi o caso do USD/TRY no gráfico diário a seguir. Embora se possa fixar facilmente o suporte em 7,50 e a resistência em 8,50; isso pode funcionar somente para o caso do trading local e intradia, e somente enquanto o par de moedas permanecer abaixo da resistência em 8,50. O que acontece se ele virar para cima, na direção de 8,50; e superar esse patamar? E agora, onde ficam os níveis de resistência?
Suposições
A primeira coisa que deve ser consultada é o timeframe mais amplo. Às vezes, na hora de observar o desempenho do ativo no passado, o problema é não voltar no tempo o suficiente: uma mínima ou máxima vista há vários anos dificilmente pode ser percebida em um gráfico H4 ou diário. Logo, é importante consultar o timeframe semanal ou mensal. No caso do USD/TRY, porém, o gráfico mensal (veja abaixo) mostra que o preço nunca chegou nesse patamar nos últimos vinte anos. O que fazer? Onde fixar o nível de resistência?
Projeções
Fundamentos: visto
O que você deve fazer é uma projeção no gráfico. Entretanto, antes de começar a fazer isso, tenha certeza de que não há nenhuma mudança esperada para o seu ativo no âmbito fundamental. É como planejar uma rota marítima: você vai de um ponto ao outro acompanhando uma corrente marítima. Se o vento muda, a corrente muda, e isso coloca você em uma direção completamente diferente, não prevista no seu planejamento. Ou seja, só é possível prever sua posição futura supondo que os ventos vão seguir soprando na mesma direção observada até agora.
Ritmo: visto
Agora, observe a rapidez com a qual seu ativo tem feito sua atual trajetória. Como não há como prever acelerações ou desacelerações, sua única forma de projetar o movimento do preço a médio e longo prazo é supor que ele vai manter, em média, o mesmo ritmo. Com isso, você terá plotado em sua tela um gráfico do movimento esperado para o preço. Esse gráfico servirá de subsídio para definir níveis de suporte e resistência adequados. Objetivo cumprido.
Prática: visto
Vamos pegar o gráfico diário do USD/TRY como exemplo (veja a seguir). Tomamos a trajetória de alta marcada pelo quadrado na esquerda como base para a nossa extrapolação. Trata-se do comportamento normal do par, isto é, sem o impacto de grandes notícias ou grande agito no mercado. Supomos, então, que ele vai fazer uma trajetória semelhante no médio prazo. Na hora de plotar a projeção, esta não tem que ser idêntica: basta que ela seja uma aproximação do cenário mais provável para o USD/TRY, considerando as mesmas condições fundamentais. O gráfico hipotético resultante sugere que, daqui a três meses, o USD/TRY pode sair dos 7,50 e chegar em 9,00; da mesma forma que ele foi de 7,00 para 8,50 em agosto–outubro. Parabéns! Já temos como fixar a resistência em 9,00 e usá-la para planejar nossas operações. A mesma lógica funciona com movimentos de queda.
Realidade: visto
Tenha em mente que esta abordagem é mais adequada para projeções de médio e longo prazo. No curto prazo, os movimentos no intradia ficam muito mais sujeitos às distorções geradas por emoções temporárias no mercado. Já no longo prazo, esse ruído é ignorado. Note, também, que você deve incluir na sua projeção correções e retraçamentos aproximados. Caso contrário, você pode acabar confiando em um cenário demasiadamente ideal ou tranquilo, gerando expectativas nada realistas em relação ao comportamento do preço.
Conclusão
Ao se deparar com máximas ou mínimas históricas sendo rompidas e não encontrar pontos de referência aplicáveis no desempenho prévio do ativo, siga estas orientações:
- Verifique o arranjo fundamental. Se não forem esperadas mudanças no arranjo fundamental dentro do futuro previsível, isso pode ser suficiente para supor que a atual trajetória pode ser projetada no horizonte de médio prazo.
- Verifique o padrão e a velocidade do movimento do ativo. Observe o grau de inclinação e de ocorrência de distorções e correções locais, e extrapole-as no futuro a médio prazo.
- Com base nessas projeções, anote os níveis ou zonas de suporte/resistência. Pronto. Agora que o objetivo foi cumprido, você pode operar os níveis esperados.
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