2023-04-12 • Atualizado
A economia nunca se move em linha reta. Os economistas associam intimamente o desenvolvimento econômico a ciclos de altas e baixas. As recessões são consideradas uma parte inevitável de um desses ciclos. Uma recessão é quando o PIB diminui durante dois ou mais trimestres consecutivos. Além disso, ele geralmente é seguido pelo aumento do desemprego, queda das vendas no varejo e redução da renda e dos índices de manufatura.
Hoje, quase todo CEO dos EUA está se preparando para uma recessão, e a maioria dos economistas acredita que uma está chegando em breve. A razão é que o aumento das taxas de juros, provocado pelo aumento da inflação, reprime o crescimento, aumentando o custo dos cartões de crédito, hipotecas, compras de automóveis, empréstimos comerciais e qualquer financiamento que alimenta uma economia. A última vez que o Fed entregou tanto desconforto em um horizonte de 12 meses foi em 1980, o que resultou em uma grave recessão econômica.
Nos países europeus, a situação é ainda pior, pois, além de altas taxas, a economia luta contra os altos preços do gás antes do inverno. Como as empresas reduzem o gasto de gás, a atividade econômica está desacelerando.
De 1854 a 1919, as recessões duraram em média 21,6 meses cada. No entanto, ao longo dos anos, as recessões tornaram-se mais curtas. De acordo com dados da Agência Nacional de Pesquisa Econômica (NBER) americana, de 1945 a 2009, a recessão média nos EUA durou 11 meses. Nos últimos 30 anos, os EUA passaram por quatro recessões. Vamos analisá-las.
A última recessão começou em fevereiro de 2020 e durou apenas dois meses, tornando-se a mais curta recessão dos EUA na história.
A bolha no mercado imobiliário causou, em parte, a Grande Recessão. A Grande Recessão não foi tão severa quanto a Grande Depressão. No entanto, sua longa duração e efeitos severos lhe renderam um nome semelhante. Com duração de 18 meses, a Grande Recessão teve quase o dobro da duração das recessões recentes dos EUA.
No início dos anos 2000, os EUA enfrentaram vários problemas econômicos importantes, incluindo o estouro da bolha de tecnologia e os escândalos contábeis em empresas como a Enron, bem como os desdobramentos dos ataques terroristas do 11 de setembro. Juntos, esses problemas causaram uma breve recessão, da qual a economia rapidamente se recuperou.
No início da década de 1990, os EUA passaram por uma recessão curta de oito meses, em parte causada pelo aumento dos preços do petróleo durante a Primeira Guerra do Golfo.
Dado que projeções econômicas são incertas, prever recessões futuras está longe de ser fácil. Por exemplo, a COVID-19 apareceu aparentemente do nada no início de 2020 e, em poucos meses, a economia dos EUA foi fechada e milhões de trabalhadores perderam seus empregos.
A curva de juros é um gráfico que traça o yield (rendimento) de uma gama de títulos do governo dos EUA, desde papéis com prazo de quatro meses a títulos de 30 anos. Quando a economia está funcionando normalmente, as taxas de rentabilidade dos títulos de longo prazo devem ser maiores que as de curto prazo. Como resultado, os investidores se preocupam com uma recessão quando os yields de longo prazo são inferiores aos de curto prazo. Este fenômeno é conhecido como uma inversão da curva de juros, e tem previsto recessões passadas.
O consumo é o principal motor da economia dos EUA. Quando a confiança do consumidor diminui, as pessoas não se sentem confiantes em gastar dinheiro e a economia desacelera. Se as pesquisas mostrarem uma queda sustentada na confiança do consumidor, isso pode ser um sinal de problemas iminentes para a economia.
Um declínio significativo nos mercados de ações pode significar uma recessão, uma vez que os investidores vendem os ativos para obter dinheiro em antecipação a uma desaceleração econômica.
Se as pessoas perdem seus empregos, isso é um mau sinal para a economia. Alguns meses de grandes reduções nos empregos alertam para uma recessão iminente, mesmo que a NBER ainda não tenha declarado uma.
Ao contrário dos investidores, os traders não têm medo de uma recessão, pois podem ganhar operando em ambas as direções, long (comprando) e short (vendendo). No entanto, é extremamente importante entender o comportamento dos ativos durante uma recessão para fazer a escolha certa.
Historicamente, os aumentos dos preços do petróleo levam a uma maior inflação futura e vice-versa. Os gastos com combustíveis e energia, que também estão relacionados aos preços de transporte e alimentos, compreendem uma parcela significativa da cesta de bens de consumo.
Quando ocorre uma recessão, os consumidores compram menos, de modo que os produtores reduzem seus gastos. A procura por energia diminui e o preço do petróleo cai substancialmente. Assim, os traders de petróleo devem estar atentos aos gastos dos consumidores para prever quedas nos preços do petróleo.
No passado, os preços do ouro e recessões costumavam ter uma relação inversa. Quando a economia enfraquece, o preço do ouro geralmente sobe. Durante as últimas três recessões, 2020, 2007 e 2001, o preço do ouro aumentou enquanto o valor do S&P 500 diminuiu.
Isso aconteceu porque, nas últimas duas décadas, os bancos centrais têm dado apoio às economias através de cortes importantes nas taxas básicas de juros e da flexibilização quantitativa (compra de dívida externa) durante as recessões, causando o crescimento da inflação global.
Desta vez não será uma exceção, especialmente antes das eleições presidenciais de 2024 nos EUA. O mercado de ações geralmente segue o indicador de agregado monetário M2. Em outras palavras, o Federal Reserve terá que imprimir mais dinheiro para impulsionar as ações e a economia.
Assim, o ouro provavelmente aumentará em valor no longo prazo. O melhor momento para comprar ouro é no extremo de uma recessão econômica, quando os bancos centrais revertem suas políticas e começam a dar apoio às economias com baixas taxas de juros e oferta adicional de dinheiro. Nesses momentos, os “peixes grandes” (big money) compram o metal amarelo e seu preço sobe.
As recessões impactam cada ação de forma diferente, dependendo do tipo de empresa. Algumas empresas como serviços públicos, cuidados de saúde e bens de consumo básicos tendem a permanecer estáveis durante uma recessão. As empresas com grandes dívidas, como empresas de turismo e tecnologia, juntamente com as empresas industriais, tendem a apresentar um desempenho inferior nos mercados.
O mercado de criptomoedas é um setor jovem. Assim, a maioria dos projetos possui dívidas elevadas. Como resultado, os investidores preferem se livrar das criptos quando a recessão começa e retornar quando a economia volta a crescer.
Por outro lado, os setores com desempenho inferior durante uma recessão terão um bom desempenho e recuperação pós-recessão. Exemplos incluem finanças, imóveis, consumos discricionários, industriais e materiais.
Você pode operar o aumento da volatilidade do mercado que as recessões causam criando uma conta de negociação e abrindo uma posição com CFDs. Estes são derivativos financeiros que permitem que você especule nos mercados em expansão através de posições long (de compra), bem como nos mercados em queda com posições short (de venda).
Durante as recessões, a atividade empresarial de um país cai e a economia desacelera. Como resultado, é provável que a moeda também desvalorize, porque o país se torna um lugar menos atraente para investir.
No entanto, como as economias dos principais países estão conectadas, as recessões não acontecem em um país específico, mas se espalham entre todos eles. Neste caso, as moedas dos países com a balança comercial mais estável e um grande número de ativos em moeda estrangeira (para que esses países possam vender ativos estrangeiros e trazer dinheiro de volta para casa quando a volatilidade aumentar) se beneficiam em relação aos outros.
Atualmente, o dólar americano (USD), juntamente com o franco suíço (CHF), são consideradas moedas porto seguro.
Se o dólar dos EUA estiver mais forte em relação às moedas de maior rendimento (higher-yielding), isso significa que os mercados provavelmente estão descontentes com os dados econômicos ou notícias divulgados recentemente. Neste caso, os investidores estrangeiros compram títulos do Tesouro dos EUA como refúgio. Para comprá-los, eles precisam adquirir USD. Quando muitos investidores fazem isso ao mesmo tempo, o USD se valoriza.
O franco suíço é outra moeda que é considerada um porto seguro. A estabilidade política, a política monetária conservadora e a economia estável tornam o CHF uma moeda sólida, atraindo investidores internacionais em tempos de crise.
Apesar das muitas crises nos mercados financeiros globais, a Suíça sempre conseguiu perseverar sem muitos problemas.
Se a economia europeia enfrentar uma recessão, o franco suíço (CHF) provavelmente se fortalecerá contra as moedas europeias de maior rendimento.
O shorting (venda a descoberto) é uma maneira de aproveitar a oportunidade em mercados que estão caindo. Muitos traders usam derivativos financeiros como CFDs para operarem short, ou seja, para vender um ativo. Esses instrumentos permitem que os traders assumam posições especulativas sobre os movimentos de preço de um ativo sem a necessidade de possuir o ativo em si.
Os melhores ativos para operar vendido durante uma recessão são:
Operar comprado (long) durante uma recessão pode ser arriscado. É por isso que os traders e investidores esperam a primeira recuperação, quando muitos ativos atingem suas mínimas. Então eles compram nesses níveis, tentando extrair o máximo retorno da eventual recuperação pós-recessão.
Os melhores ativos para operar comprado na recuperação econômica são:
Uma recessão cria muitas oportunidades para traders e investidores. Tendo a oportunidade de operar long e short (ou seja, abrir trades de compra e venda), os traders podem aumentar significativamente seu capital devido à alta volatilidade. Ao mesmo tempo, os investidores podem comprar os ativos desejados a preços baixos.
Para ter sucesso, você precisa entender a causa da recessão e as possíveis maneiras de o governo resolver o problema (na maioria das vezes, esta seria uma política monetária bastante amena). Com a FBS, você pode ganhar com a venda de ações, criptomoedas e petróleo durante uma recessão. Além disso, você pode aumentar seu capital comprando ouro e outros ativos quando a economia voltar a crescer.
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