Inflation

Inflação

O que é inflação?

A definição de inflação significa um aumento consistente no nível geral de preços de bens e serviços. O mais comum é medir a taxa de inflação no horizonte anual ou, como dizem, ano a ano (ou acumulado no ano).

Além disso, a inflação indica o grau de desvalorização monetária e afeta a volatilidade dos preços. Por exemplo, se a inflação de preços em termos anuais for igual a 6,7%, isso significa que um conjunto idêntico de bens que custava USD 100 há um ano passou para USD 106,7. Como resultado, os USD 100 desvalorizaram ou perderam 6,7% de seu poder de compra.

O contrário disso é a deflação, que ocorre quando os preços caem e o poder de compra aumenta. A combinação de alta inflação, baixo crescimento econômico e aumento do desemprego é conhecida como estagflação. O aumento de preços rápido, excessivo e descontrolado é chamado de hiperinflação.

O nível mais confortável de inflação é entendido como um patamar em que o crescimento econômico continua enquanto o desemprego permanece baixo.

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Preços anuais do açúcar refinado (centavos por libra) usando dados do USDA

O que causa a inflação?

Para entender melhor o que é a inflação na economia, precisamos saber o que a causa. Vários fatores influenciam os preços e se tornam causas da inflação dentro de uma economia.

Inflação puxada pela demanda

A inflação puxada pela demanda surge da forte demanda do consumidor por um produto ou serviço. Ela se manifesta em um cenário de quase pleno emprego, uma economia que cresce acima da tendência de longo prazo e muito dinheiro indo para poucas commodities.

Como isso ocorre?

Existem várias teorias da inflação. No princípio econômico keynesiano, por exemplo, a inflação puxada pela demanda descreve os efeitos de um desequilíbrio geral entre oferta e demanda. Quando a demanda total em uma economia excede em muito a oferta total, os preços sobem. Esta é a razão mais frequente para a inflação.

Várias pré-condições podem causar inflação por demanda:

  • Economia em crescimento. Quando os consumidores têm autoconfiança financeira, eles começam a gastar mais e a tomar mais empréstimos. Por fim, isso leva a um aumento firme na demanda, resultando em preços mais altos.
  • Aumento da demanda de exportação. Um aumento nas exportações leva a uma desvalorização das moedas locais.
  • Gasto público. Quando o governo gasta com mais liberdade, os preços também sobem.
  • Expectativas de inflação. Algumas empresas tendem a aumentar seus preços, esperando a inflação em um futuro próximo.
  • Aumento nos fluxos monetários. Uma expansão da oferta monetária (dinheiro em circulação) com poucos bens para comprar também leva a preços mais altos.

Inflação puxada por custos

Também conhecida como inflação de salários, a inflação puxada por custos ocorre quando os preços sobem devido ao aumento dos custos de salários e matérias-primas.

Como isso ocorre?

Aqui estão algumas razões para esse tipo de inflação aparecer.

  • Custos de mão de obra mais altos. Aumento do salário mínimo por trabalhador.
  • Desastres naturais. As causas imprevistas da inflação puxada por custos costumam ser catástrofes naturais.
  • Aumento dos custos de produção impulsionados pelas autoridades públicas. Situações como uma mudança brusca de governo afetam a capacidade do país de manter a produção anterior. No entanto, isso acontece principalmente em países em desenvolvimento.
  • Mudanças nas leis atuais. Embora sejam geralmente detectadas com antecedência, algumas mudanças de legislação podem resultar em custos mais elevados para as empresas.

Inflação estrutural

A inflação estrutural ocorre quando um número suficiente de pessoas espera que os preços continuem subindo. As pessoas podem exigir salários mais altos, já prevendo preços mais altos, de modo a manter o padrão de vida. Eventualmente, salários mais altos resultam em custos mais altos que podem ser repassados aos consumidores.

Tipos de índices de preços

Os economistas medem a inflação com o que é conhecido como índice de preços, que acompanha o preço de um determinado conjunto (cesta) de bens e serviços. Os índices mais conhecidos são o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e o Índice de Preços ao Atacado (WPI).

Índice de Preços ao Consumidor

Cada país define um determinado conjunto de bens e serviços necessários para garantir um padrão mínimo de vida: a cesta. Um índice que mostra as mudanças no preço dessa cesta é chamado de Índice de Preços ao Consumidor (CPI).

O índice CPI é um dos principais indicadores da inflação. Seu valor reflete os preços médios dos serviços e bens da cesta de referência. Ele serve como ponto de referência para o reajuste de salários, benefícios sociais e outros pagamentos.

Índice de Preços ao Atacado

O Índice de Preços ao Atacado (WPI) descreve a mudança média nos preços das commodities no nível do atacado. Ele mede a inflação determinando o preço pago pelos atacadistas aos fabricantes e comparando-o com os preços do ano-base. O WPI é usado para rastrear tendências de preços que mostram a oferta e demanda atuais no setor.

Índice de Preços ao Produtor

Na manufatura, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) mede a taxa de variação nos preços dos produtos vendidos quando eles saem do produtor. O indicador exclui tributos, frete e margens comerciais que o comprador pode ter que pagar. Os PPIs fornecem medidas de mudanças médias nos preços recebidos pelos produtores de vários produtos.

Como se preparar para a inflação?

Como cidadão comum, você pode se perguntar: além de mudar para alternativas mais baratas ou pedir um aumento, o que mais eu posso fazer? Felizmente, existem maneiras de se preparar melhor para a inflação.

  • Estocar itens de longo prazo. Comprar alimentos não perecíveis e itens duráveis pode ser um bom começo.
  • Pegar empréstimos com responsabilidade. Você pode avaliar a possibilidade de refinanciar sua casa quando as taxas de juros estiverem baixas.
  • Comprar ações que se beneficiarão com o aumento dos preços. Analise setores que normalmente se saem bem durante a crise e pense nas ações desses setores.
  • Avaliar os títulos do governo protegidos contra a inflação. Essas ofertas são uma ótima forma de proteger seu capital. Os títulos lastreados no Tesouro aumentam sua remuneração com base na taxa de inflação. Como resultado, seu poder de compra aumenta junto com o aumento da inflação.
  • Investir em imóveis. Quando a inflação aperta, ela costuma vir acompanhada de uma valorização dos imóveis.

Prós e contras da inflação

Apesar de muitos verem a inflação como um fenômeno negativo, que resulta no empobrecimento da população, os economistas apontam alguns efeitos positivos da inflação.

Vantagens

  • A inflação desempenha uma função estimuladora. Enquanto o dinheiro desvaloriza, os bens importados ficam muito mais caros do que os semelhantes produzidos no país. A inflação estimula a demanda por produtos nacionais e sustenta os produtores locais.
  • Os processos inflacionários brevemente estimulam o desenvolvimento do consumo de bens caros. As pessoas ficam menos interessadas em guardar dinheiro que está ficando mais barato e decidem comprar bens dos quais mais benefícios podem ser derivados.
  • As empresas com estoques significativos de produtos têm a oportunidade de descarregar seus armazéns aumentando as exportações. O valor dos bens produzidos é reduzido frente à moeda mais forte de outro país. Assim, os produtos ganham uma vantagem competitiva: preços mais baixos.
  • A inflação ajuda a evoluir. Durante os períodos de crise, atores fracos do mercado não conseguem resistir à pressão e deixam de existir. Empresas fortes se tornam ainda mais fortes. Eles ganham experiência em gerenciamento de crises e uma compreensão clara de como se proteger de problemas semelhantes no futuro.

Embora haja uma série de aspectos positivos, a alta taxa de inflação causa muitos inconvenientes sérios.

Desvantagens

  • Aumento dos encargos financeiros no orçamento público e no privado. É necessário garantir a entrada de mercadorias pertencentes ao grupo de importações essenciais.
  • Redução da renda real da população, o que resulta no crescimento do descontentamento com o atual governo.
  • Dificuldades para honrar empréstimos tomados em moeda estrangeira.
  • Desenvolvimento de desconfiança na moeda nacional, o que leva a uma demanda por moeda estrangeira. Ocorre o perigo de desequilíbrio entre a entrada de dinheiro e as despesas. Isso pode causar um déficit monetário, iniciar uma taxa de câmbio fictícia e até gerar uma nova onda de inflação.
  • A crise estimula as empresas a reduzir custos, geralmente reduzindo o número de empregados e redistribuindo responsabilidades. O resultado é um aumento do desemprego e um potencial crescente de convulsão social.
  • A inflação contribui para a saída de capital do setor produtivo. O dinheiro passa a se concentrar nas esferas da intermediação e do consumo, onde as oportunidades de ganho multiplicam-se.
  • A competitividade nos mercados estrangeiros diminui se as empresas não conseguem modernizar suas instalações de produção em tempo hábil.

Ao analisar os efeitos da inflação, a maioria dos economistas diz que a taxa de inflação de 5–6% ao ano é o “ponto ideal”. Isso a torna previsível e controlável e afeta positivamente a economia do país. Ou seja, o setor real se desenvolve e o produto bruto cresce.

Como controlar a inflação?

Para combater a alta inflação, é preciso atuar em duas direções:

  1. Tomar medidas urgentes para reduzir a taxa de inflação.
  2. Tomar um percurso estratégico para fortalecer a economia.

Medidas urgentes

  • Limitar o fluxo de dinheiro. A principal entrada de dinheiro na economia é pelos empréstimos. Para conter essa entrada, é fundamental encarecer o crédito por meio da subida da taxa básica de juros e dos juros dos contratos de empréstimos.
  • Controlar o sistema bancário. Como os bancos administram o dinheiro, é necessário estabelecer controle sobre os fluxos financeiros no país. Os bancos têm de conceder empréstimos a importantes setores estratégicos da economia e evitar a concessão de crédito não reembolsável.
  • Assumir o controle de bens socialmente essenciais. Em um período de alta inflação, o Estado deve controlar o preço das commodities básicas, como pão, farinha, etc. Também é necessário apoiar os produtores agrícolas.
  • Controlar os exportadores. Suas mercadorias devem estar em quantidade suficiente dentro do país. Elas também devem ser vendidas a um preço adequado.

Infelizmente, medidas urgentes não tirarão o país da crise. Elas podem apenas retardar a desvalorização. Para solucionar o problema de forma plena, são necessárias medidas estratégicas.

Medidas estratégicas

  • Cumprimento das metas de inflação estabelecidas. A primeira coisa que um Estado é obrigado a fazer é comunicar as diretrizes financeiras às empresas e à população. É essencial fornecer tempestivamente informações precisas sobre a taxa de inflação real e planejada para o ano atual. Se bem feito, isso acelerará o processo de recuperação econômica e fortalecerá a confiança do público nas autoridades.
  • Mudança na política orçamentária. A queda da economia resulta em falta de dinheiro no orçamento público. Dinheiro não garantido nunca resolve o problema. Isso só agrava o processo de desvalorização e prolonga a alta da inflação.
  • Criação de condições favoráveis ao desenvolvimento das empresas. Os empresários são uma força poderosa, capaz de reanimar a economia do país.
  • Viabilização da substituição de importações. A redução da dependência do país em relação às importações torna a economia mais resistente a choques externos.

Exemplos de inflação

Existem muitos exemplos na história em que a desvalorização atingiu 100% ou mais (como no Brasil dos anos 80 e 90). Aqui estão 3 dos casos mais impressionantes.

Hungria

Período: agosto de 1945 a julho de 1946

Taxa de inflação: 207% ao dia

Devido à falta de produção, os preços das mercadorias na Hungria do pós-guerra começaram a subir. Não havia sistema tributário, então não havia nada para preencher o orçamento do país. O governo decidiu imprimir mais cédulas e baixar as taxas de juros simultaneamente. Como resultado, a Hungria foi inundada com dinheiro não garantido.

A moeda pengő húngara é a recordista de inflação na economia mundial: a cada 15 horas, os preços no mercado do país dobravam. A inflação máxima por mês foi de 40.000.000.000.000.000%.

Mais tarde, em 1946, as autoridades realizaram uma reforma monetária. O forint húngaro colocado em circulação valia 400.000 quatrilhões de pengő. Os húngaros ainda usam essa moeda.

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Cédula de 1 bilhão de pengő

Zimbábue

Período: março de 2007 a 2008

Taxa de inflação: 98% ao dia

O dinheiro não garantido também foi a razão da queda da economia do Zimbábue. Isso aconteceu depois de uma reforma agrária especial. Essa reforma pretendia privar os fazendeiros britânicos de terras e gado e entregá-los à população local de sem-terra.

Os novos proprietários de terras simplesmente não sabiam cultivar, de modo que a produção dos principais bens de exportação caiu drasticamente. A indústria manufatureira também entrou em colapso e abriu caminho para a fome e o aumento do desemprego. Funcionários do governo minaram sua própria economia.

A única “salvação” era a troca de moeda. No Zimbábue, foram realizadas três trocas em um período de 4 anos.

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Cédula de 100 trilhões de dólares do Zimbábue

Iugoslávia

Período: abril de 1992 a janeiro de 1994

Taxa de inflação: 65% ao dia

Muitos fatores causaram hiperinflação na Iugoslávia. Com a morte de Tito, líder do país, a Eslovênia se separou, a burocracia aumentou e a ONU impôs um embargo comercial. A economia instável foi liquidada, então o governo ligou a impressora.

A hiperinflação atingiu seu pico em 1994: 116.546.000.000% ao ano. Nesse período, o dinar iugoslavo perdeu sua função de dinheiro: nas lojas, os preços dos alimentos já eram indicados em marcos alemães.

Mais tarde, o governo adotou o Plano Avramovich. Foi um conjunto de medidas financeiras impopulares para salvar o que restava da Iugoslávia. Consequentemente, o país mudou para uma economia de mercado. No entanto, a situação melhorou apenas quando a guerra terminou e as sanções foram suspensas em 1995.

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5 mil dinares iugoslavos (1985)

Conclusão

A inflação é um aumento nos preços que faz com que o poder de compra diminua ao longo do tempo. Os governos buscam constantemente formas de controlá-la por meio da política monetária, já que a inflação é um dos indicadores mais significativos da força econômica de um país.

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2023-05-11 • Atualizado

Perguntas frequentes

  • A inflação é boa ou ruim?

    Teoricamente, uma baixa taxa de inflação pode indicar um sinal saudável de uma economia em crescimento. Pelo contrário, uma inflação alta pode ser prejudicial para um país. No entanto, certos grupos de pessoas se beneficiam de tais situações.

  • Quais são os efeitos da inflação?

    Os efeitos da inflação variam. Por um lado, eles estimulam os produtores nacionais e dão uma enorme experiência em gestão de crises. Por outro lado, eles levam à diminuição da renda real, problemas com crédito, falta de competitividade e muito mais.

  • Por que a inflação está tão alta agora?

    Existem várias razões para a inflação global estar subindo em todo o mundo. Algumas delas são:

    • Aumento dos preços da energia e do petróleo. Os preços do petróleo caíram no início da pandemia, mas a demanda se recuperou desde então e atingiu sua máxima em sete anos.
    • Falta de mercadorias. Fabricantes em lugares como a Ásia têm lutado para atender à demanda desde as restrições decorrentes da covid-19. Isso levou à escassez de materiais como plástico, concreto e aço, o que elevou os preços.
    • Custos de envio. As companhias marítimas globais ficaram sobrecarregadas com o aumento da demanda após a pandemia. Isso significa que os varejistas tiveram que pagar valores consideravelmente maiores para colocar esses produtos no mercado.
    • Aumento dos salários. Quando o desemprego está baixo, as empresas precisam aumentar os salários ou oferecer bônus de contratação para atrair e reter funcionários.
    • Impacto climático. Condições climáticas severas em muitas partes do mundo contribuíram para a inflação.
    • Barreiras comerciais. Importações mais caras também estão elevando os preços.

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